segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

O bom jogador

Julio dos Santos (à esquerda): vigiado de perto

O bom jogador é notado com uns poucos toques na bola. Num domínio mais preciso, num passe redondo, num cruzamento que vai milimetricamente na cabeça do companheiro, num chute atraído pelo gol como se lá estivesse um grande ímã.

Nem sempre o bom jogador consegue se firmar. Lesões, seqüências de tardes infelizes, em que a bola não chega, em que a correria não funciona, muitas vezes fazem a torcida persegui-lo - falavam tanto e ele é só isso? Em outras ocasiões, é o próprio atleta que, a despeito de sua qualidade técnica, acaba se estragando. Sobram casos de nomes promissores, com repetidas chances em grandes clubes, que acabaram caindo no esquecimento e entrando na lista de "malditos" por preferirem a boemia aos gramados.

A outros, porém, faltam apenas chances. Esse Julio dos Santos, paraguaio emprestado pelo Bayern München ao Grêmio, que estreou ontem, não vinha recebendo chances no futebol europeu, e pouco conseguiu fazer para se firmar. No entanto, bastou entrar em campo outra vez para mostrar algo mais. Dos seus pés, diferentemente do que ocorre com boa parte dos jogadores atuais do tricolor, os passes saíam certeiros, as jogadas sempre tinham um propósito, um fim definido.

Dos Santos participou pouco, não jogava há meses, funcionou apenas como ponto de ligação das jogadas. Mesmo assim, já foi um acréscimo de qualidade em meio ao time que venceu o Esportivo por 1-2. Com ritmo de jogo, o paraguaio tem tudo para se converter num dos nomes mais importantes do 2008 gremista. Talvez acabe perseguido pela mídia (porque pela torcida não será) se viver alguns momentos de infelicidade, talvez se estrague. Mas, potencial, provou ter - com alguns poucos toques na bola. Eis um bom jogador.

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