Mesmo fora de campo, o futebol ainda é capaz de surpreender. Quando se pensava que não havia mais o que esperar de 2007, a rivalidade mineira deu o toque final ao ano que passou.
Era a última prova esportiva do ano. Na tradicional Corrida de São Silvestre, edição 83, atletas de várias partes do mundo se encontrariam para um "passeio" de quinze quilômetros nas ruas do centro de São Paulo. O favoritismo era claro: a vitória não sairia das mãos dos quenianos ou de alguns poucos brasileiros - a maioria deles, representando o Cruzeiro Esporte Clube.
Sim, o Cruzeiro do futebol também é o forte Cruzeiro do atletismo. Atire a primeira pedra aquele que, em corridas passadas, não lembra de seus atletas pegando uma bandeira celeste do clube na reta final da prova, mostrando de onde vinham. A grande esperança cruzeirense para a São Silvestre residia em Franck Caldeira, vencedor da maratona nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.
No lado alvinegro de Belo Horizonte, o Atlético Mineiro planejava alguma maneira de tentar tirar proveito do entusiasmo rival. Entre os torcedores do Galo, antes da prova, circulou a novidade: se um queniano vencer, haverá uma surpresa - mais uma, entre as várias esperadas para 2008, o ano do centenário do clube. Largou a corrida. Após alguns quilômetros, os pelotões iniciais se dissiparam e quem começou a despontar? Os quenianos. Mais ainda: Franck Caldeira, o favorito, desmanchava-se em cansaço e acabaria abandonando a prova no fim.
Os quenianos acabaram vencendo, tanto na prova masculina quanto na feminina, e a surpresa veio - com provocação, é claro. Na ida ao pódio, Robert Cheruiyot e Alice Timbilili, campeão e campeã, receberam bandeiras alvinegras de um desconhecido. Eles não sabiam o significado, mas gostaram, e resolveram levá-las à premiação. Em júbilo, os atleticanos observavam sua bandeira no lugar mais alto do pódio, do último pódio de 2007.
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