O Boca Juniors talvez fosse o time sul-americano que mais inspirasse confiança para uma final de Mundial. Experiente, equilibrado, o time argentino certamente faria um confronto igual diante do Milan. Acabou sendo massacrado pelos italianos, num baile como há tempos não se via.
Durante a etapa inicial do embate, a suposta igualdade pareceu se confirmar. O jogo lembrava muito aquela final de 2003, quando os dois times persistiram no empate durante todo o tempo normal, só definindo o título nos pênaltis. Ontem, a exemplo de quatro anos atrás, os milaneses saíram na frente para ceder o empate logo a seguir: Inzaghi fez 1-0 aos 21 minutos, Palacio deu a resposta aos 22. Era o grande Boca, capaz de fazer frente aos gigantes europeus.
Mas aquele time se desfez no intervalo. Alguns dizem que foi Kaká que resolveu jogar, acabando com a partida. Outros, preferem simplesmente acreditar que deu a lógica: o Milan enfim mostrava futebol digno de uma equipe considerada a melhor do torneio. Seja alguma dessas versões a correta, o fato é que ambas têm seu lado verdadeiro. Na etapa final, embalado sim por Kaká, apareceu o até então sumido futebol do Milan. Aí, construiu-se um massacre que, em decisões de Mundial, não se via desde 1991, quando o Estrela Vermelha de Belgrado aplicou 3-0 no Colo Colo, do Chile.
Nos 45 minutos decisivos de Yokohama, os rossoneros jogaram todo o futebol que estavam devendo à torcida. Abriram uma goleada com tentos de Nesta, aos 50 minutos, Kaká, aos 61, e Inzaghi, aos 71. Somente a cinco minutos do fim o Boca conseguiu deixar o placar menos humilhante, com um chute de Ledesma que desviou na zaga para matar Dida: 4-2.
Com assustadora naturalidade, o gigante Milan coloca o quarto título mundial em sua recheada galeria de glórias. Com assustadora naturalidade, torna-se o maior campeão intercontinental da história. Dentre os maiores, eis o maior.
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