quarta-feira, 10 de outubro de 2007

1952, o ano do Millonarios

O Millonarios de 52: Di Stéfano é o terceiro agachado

O tradicional Millonarios de Bogotá vive anos de ostracismo no cenário continental. Sem o brilho que ostentava no passado, o clube ficou reduzido às competições nacionais e uma ou outra participação de menos brilho em torneios sul-americanos. Aqui no Brasil, pelo menos, voltaram-se algumas atenções para o clube outra vez, em função do seu jogo frente ao São Paulo, pela Copa Sul-Americana, a ser disputado logo mais.

Quem vê o time da capital colombiana como apenas mais um mero adversário do esquadrão paulista, entretanto, deveria conhecer um pouco do passado de glórias construído por esse time. Voltemos a 1952, provavelmente o ano mais marcante dessa rica história. Àquela época, o time de Bogotá já era o maior campeão nacional - status que mantém até hoje -, e contava com uma formação mítica, encabeçada por Alfredo Di Stéfano.

Aquele onze certamente brigaria com os gigantes da América por uma Libertadores, se ela já existisse. Na ausência de um torneio sul-americano, contudo, o time colecionava troféus em competições amistosas. Assim foi naquele ano, quando o Millonarios recebeu o convite para disputar o Torneio do Cinqüentenário do Real Madrid. Era o momento de marcar seu nome na história, e a equipe honrou a importância do feito: venceu todas as partidas que disputou e voltou para casa com o troféu. No dia 30 de março, inclusive, foi a vez de estragar a festa do próprio Real Madrid, com um recital de futebol e uma vitória por 2-4 diante de uma torcida pasma.

Di Stéfano marcou dois gols naquela partida, e despertou o interesse dos merengues. Em 1953, Don Alfredo deixou a Colômbia para se estabelecer na capital espanhola, onde lideraria o melhor time europeu de todos os tempos, tornando-se uma verdadeira lenda. Já o Millonarios... sem conseguir juntar tantos jogadores de qualidade como em 1952, o clube jamais igualaria os feitos daquele ano. Ainda empilhou algumas glórias nacionais, mas nem isso vem conseguindo ultimamente: seu último título colombiano data de 1988. O time caiu no ostracismo, e só é lembrado quando encara algum gigante do continente, como hoje.

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