domingo, 29 de abril de 2007

Quem largou na frente

Disputados hoje os primeiros jogos das finais nos estaduais pelo Brasil, vamos conferir os principais e ver quem obteve vantagens para o confronto de volta.

No Rio Grande do Sul, uma final movimentadíssima entre Grêmio e Juventude, numa partida empolgante. O tricolor de Porto Alegre começou arrasador, abrindo o placar logo aos 2 minutos, com um gol de Carlos Eduardo. Em casa, o Juventude sabia que não podia deixar suas chances escapar e pressionou, especialmente na metade do primeiro tempo: aos 29 minutos, o time de Caxias do Sul teve um gol mal anulado pela arbitragem. Muito choro e reclamação, que foi vingada logo a seguir, quando aos 32 minutos, o gol de empate sairia. Mas a alegria juventudista duraria pouco, pois dois minutos após o gol de empate, Carlos Eduardo, em tarde inspirada, aproveitou-se da saída de área horrível do goleiro André para fazer seu segundo gol e o 1-2 favorável ao Grêmio. A superioridade da equipe da capital seguiria durante o final do primeiro tempo e o início da segunda etapa, com chances incríveis perdidas. Porém, cansado pela maratona de jogos, o tricolor gaúcho começou pouco a pouco a ceder espaços. Foi fatal: o Juventude tomou conta do jogo e, com gols aos 52 e 79 minutos de tempo corrido, virou o placar para 3-2, com chances de ter ampliado. O jogo ficou tenso, e cada time teve um jogador expulso. Jogando mal, o Grêmio teve sorte: aos 90+2 minutos, já nos acréscimos, o artilheiro Tuta igualaria a contagem em 3-3, deixando o Grêmio com a vantagem de empatar por até dois gols em Porto Alegre para erguer o troféu. No Rio Grande do Sul, então, não temos nada definido, mas há uma leve vantagem gremista.

Em Santa Catarina, no duelo interiorano, a surpreendente Chapecoense, que já está há quase vinte jogos invicta, falou mais alto diante do forte Criciúma. Na cidade de Chapecó, o time da casa encontrou um Criciúma retrancado, querendo o empate. O futebol costuma punir aqueles que jogam com medo de atacar e, desta vez, não foi diferente. A Chapecoense venceu por 1-0, obtendo uma vantagem boa para a partida de volta, no Heriberto Hülse. Apesar das reclamações de dois supostos pênaltis a favor de seu time que não teriam sido marcados, a torcida do Criciúma teve consciência de que seus jogadores apresentaram um futebol pequeno, deixando o sonho do título distante.

No Paraná, outra surpresa. Um apático Paraná Clube foi derrotado pelo empolgante Paranavaí, que vive o sonho de levar o troféu estadual para o interior. Com grande atuação do atacante Tiago, a equipe do Paranavaí, que jogou em casa, demoliu o favoritismo dos paranistas. Apesar da garbosa atuação, a vitória do time interiorano foi pequena: 1-0 gol de Tales, aos 68 minutos. Uma vantagem pequena, que, considerando a superioridade técnica do Paraná, pode ser facilmente revertida. Mas, por menor que seja, é uma vantagem que permite brotar os sonhos mais gloriosos na torcida do Paranavaí, o "vermelinho".

A zebra subiu no mapa brasileiro e chegou a São Paulo. Lá, o favorito Santos, com uma torcida imensamente superior, foi superado pelo São Caetano, que segue fazendo das suas (o time eliminara o São Paulo nas semifinais). O esperado domínio santista não se repetiu. O "peixe", com 100% de aproveitamento na Libertadores, apequenou-se na disputa estadual. Sofrendo com a pressão do "azulão" do ABC Paulista, os santistas levaram um nó em campo, e estão até agora tentando se soltar das amarras. A vitória do São Caetano, por 2-0, veio com gols de Luís Henrique, aos 8 minutos e Somália, de pênalti, aos 81 minutos de jogo. Em vantagem, o "azulão" pode até perder por um gol de diferença no jogo de volta para ficar com o título. Ao Santos, de melhor campanha na primeira fase, resta o consolo de jogar por dois resultados iguais, podendo alcançar o título se vencer por um placar de 2-0, idêntico ao de hoje.

No Rio de Janeiro, jogo sem favoritos e, portanto, sem possibilidade de zebras. E foi um jogão acompanhado por 46 mil torcedores, no Maracanã. O clássico entre Botafogo e Flamengo teve dois tempos bem distintos. No primeiro, o arrasador alvinegro, que busca o bi-campeonato, não tomou conhecimento do time da Gávea, abrindo 2-0 de vantagem, com gols de Dodô, aos 31 minutos e Lúcio Flávio, aos 41. No segundo tempo, o jogo esquentou, e o Flamengo cresceu. Após boa jogada rubro-negra
, Renato foi derrubado na área botafoguense pelo goleiro Júlio César: pênalti e expulsão do arqueiro alvinegro. Na cobrança da penalidade, o goleiro reserva do Botafogo, Max, que entrara, não pôde evitar que Renato descontasse. Eram 62 minutos e o 1-2 figurava no placar do Maracanã. A pressão flamenguista, diante do adversário em desvantagem numérica, continuou. O prêmio veio aos 79 minutos, quando Souza marcou o gol de empate, igualando as coisas em 2-2. O placar não se alterou, mas os ânimos acirrados ainda produziriam mais duas expulsões: Léo Lima, do Flamengo e Diguinho, do Botafogo, iriam para o chuveiro mais cedo, após troca de empurrões. Com o empate, tudo fica em aberto para o confronto de volta, também no Maracanã, uma vez que não há gol qualificado na decisão carioca.

Em Minas Gerais, os cruzeirenses estão perguntando até agora se alguém anotou a placa do caminhão que os atropelou. Um massacre por parte do Atlético Mineiro, no maior clássico do estado. Em um Mineirão que recebeu 40 mil torcedores, o "galo" viveu uma tarde de antologia, conquistando uma histórica vitória por 4-0. O Atlético muito pressionou no primeiro tempo, mas a vitória não veio na
etapa inicial. O que veio foi a expulsão do cruzeirense Gladstone, aos 37 minutos, armando o terreno para o massacre que viria na segunda etapa. Arrasador no período final do confronto, o Atlético abriu o placar logo aos 25 segundos do segundo tempo, numa cabeçada de Éder Luís. Em superioridade numérica, o "galo" botou o Cruzeiro na roda, chegando ao seu segundo gol aos 81 minutos de jogo, num golaço de Danilinho, após chapelar o goleiro Fábio, da "raposa" e mandar a bola, sem ângulo, para o fundo das redes. O Cruzeiro só via as coisas piorarem: aos 87 minutos, Simões foi expulso, após entrada violenta no próprio Danilinho. Era o que o alvinegro precisava para terminar de matar os cruzeirenses: com gols de Marcinho, aos 90 minutos e Vanderlei, aos 90+2 (num lance extremamente bizarro, onde o goleiro cruzeirense Fábio deu as costas para a jogada), estava selado o 4-0, que praticamente garante o título atleticano. Ao Cruzeiro, só resta tentar um milagre em reverter esta estupenda desvantagem.

Fechando a viagem pelas finais estaduais que tiveram seu primeiro jogo hoje, chegamos a Goiás, onde o favorito também não confirmou sua superioridade. Diante do Atlético Goianiense, o poderoso Goiás não conseguiu garantir vantagem nenhuma para o confronto de volta, finalizando a partida em 2-2. O Atlético, que fazia campanha empolgante na Copa do Brasil (da qual foi eliminado nessa semana que passou), mostrou que tem um time azeitado também no estadual, querendo recuperar o título goiano, que o clube não conquista desde 1988.

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