domingo, 29 de abril de 2007

O maior time catarinense de todos os tempos - Parte 1 de 3

Com esta postagem, começa uma série que se estenderá até a noite de segunda-feira. Serão três posts contando a trajetória do Criciúma Esporte Clube rumo às maiores glórias da história do futebol catarinense, chegando ao título da Copa do Brasil em 1991 e à disputa da Libertadores da América, em 1992. Não deixe de acompanhar!

Parte 1 - O Futebol em Criciúma
Criciúma nem sempre foi um dos centros mais poderosos do futebol de Santa Catarina. Durante as primeiras décadas do campeonato estadual, o estado tinha como “capitais” do esporte as cidades de Florianópolis, Brusque, Joinville e Itajaí. Coube a dois clubes, rivais citadinos, o papel de elevar o nome de Criciúma no cenário local: a partir do final da década de 1950, o Comerciário e o Metropol começariam a dominar as ligas estaduais.

Esta ascensão pôde ser notada mais fortemente ao longo dos anos 1960, quando os dois clubes empilharam conquistas, ganhando força e respeito entre as agremiações catarinenses. O Comerciário seria campeão estadual em 1968, enquanto o Metropol alcançaria glórias ainda maiores, levantando cinco taças estaduais – em 1960, 1961, 1962, 1967 e 1969 – e alçando vôos mais altos, chegando a vencer torneios interestaduais da região sul do Brasil, classificatórios à Taça Brasil.

O futebol de Criciúma ia de vento em popa. Tudo indicava mais temporadas de dominação a seguir, quando o inesperado acabou abatendo os dois grandes da cidade. Em crise financeira, e sem capacidade de suprir as demandas de um futebol que aos poucos ia ficando mais caro de se sustentar, os clubes não tiveram como se manter no esporte. Imediatamente após a década da dominação, os dois times não agüentaram e encerraram suas atividades, por tempo indeterminado: o Metropol fechou seu departamento de futebol em 1969, logo após a conquista do estadual, enquanto o Comerciário fez o mesmo em 1970.

Este sumiço repentino dos dois times fez com que o futebol de Criciúma também perdesse a força anterior. O único clube que agora honrava o futebol da cidade era a pequena Próspera, que nunca meteu medo em ninguém. E não tinha jeito dos grandes da cidade voltarem. O Metropol dava sinais de nunca mais retomar as atividades futebolísticas – algo que se confirmou; enquanto o Comerciário enfrentava profundas dificuldades no seu anseio de voltar à disputa do estadual.

Em 1978, então, ocorre a mudança decisiva no futebol da cidade. O Comerciário, que retomara suas atividades no ano anterior, viu que precisava de grandes alterações – e elas vieram. Com profundas reestruturações, vários aspectos do clube foram revistos, entre eles, a troca de nome, fazendo com que, a 17 de março daquele ano, surgisse um “novo” clube (na verdade, uma refundação do Comerciário): o Criciúma Esporte Clube.

Em pouco tempo, o novo Criciúma recobrou o sucesso dos seus antecessores: brigando desde o início por títulos, o clube foi vice-campeão catarinense por três anos consecutivos, entre 1980 e 1982. Depois, alcançaria seus primeiros troféus, com títulos estaduais em 1986, 1989 e 1990. Além disso, suas boas participações em competições nacionais começavam a assinalar que, em pouco tempo, o clube estaria pronto para glórias maiores. O time já era uma afirmação no estado e não dava mostra alguma de que sumiria do mapa, como os que vieram antes – pelo contrário, o clube só dava sinais de que seguiria mais e mais vitorioso.

Viria então o ano de 1991 e, com ele, o tal “maior time catarinense de todos os tempos”. Uma equipe de glórias jamais repetidas por nenhum clube daquele estado, e com brios suficientes para fazer resultados nos quais ninguém apostaria. O Criciúma mostraria definitivamente que viera para ficar. Estes feitos teriam vários protagonistas, mas um nome marcou toda a era: o do treinador Luiz Felipe Scolari, o Felipão, então pouco conhecido e buscando se afirmar no futebol brasileiro.

* Na noite deste domingo, a continuação desta história, na parte 2: A conquista do Brasil.

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