quinta-feira, 12 de abril de 2007
Coragem
Existem ocasiões na vida em que é preciso ter coragem. São momentos/situações que exigem do ser humano uma atitude grandiosa – aquela em que você se expõe a tudo, contraria os próprios conceitos, sabendo que poderá conquistar algo maior do que o seu objetivo. A coragem sempre andou de mãos dadas com os homens, mas só aqueles que não temem nada - aqueles que buscam grandes glórias – tiveram o prazer de usufruí-la. Aqueles que sentem receio, medo, jamais provarão do seu sabor.
O mesmo vale para o futebol. O treinador que escala e motiva seu time para vencer tem maior perspectiva de vitória. Mas quando ele escala seu time pensando em empatar, quase sempre, o que consegue é a derrota. E, ontem, além de escalar o time errado, o treinador Mano Menezes escalou o time para empatar. Saja; Patrício, Willian, Schiavi e Lúcio; Willian Magrão; Lucas, Tcheco; Diego Souza e Ramon; Tuta. As virgulas com ponto separam as funções. Resumindo: o Grêmio jogou no 4-1-4-1 (ver prancheta no topo).
O 4-1-4-1 é um esquema interessante, desde que os dois meias abertos pelas pontas sejam jogadores ágeis e com poder ofensivo. Porém, os dois jogadores que fizeram essa função, um aberto pela Direita (Diego Souza) e o outro aberto pela Esquerda (Ramon), são jogadores que não tem como característica a velocidade e a caída pelos flancos. Diego Souza, na sua origem, é volante; Ramon é quase um centrovante. Nenhum dos dois tem “cacuete” para jogar nessa função. O Grêmio perdeu velocidade e poder ofensivo nesses setores do campo. Mano deveria ter escalado o jovem Carlos Eduardo no lugar do Diego Souza ou do Ramon – para dar mais velocidade e poder ofensivo, já que é um jogador rápido e que gosta de jogar pelos lados.
Além disso, Mano Menezes cometeu outro equivoco: Jogou com praticamente três volantes. Willian Magrão como cabeça de área e Tcheco e Lucas como volantes mais à frente. Formou uma fileira de quatro jogadores na frente do primeiro volante: Diego Souza, Tcheco, Lucas e Ramon. De acordo com a teoria, no 4-1-4-1, o Lucas e o Tcheco deveriam sair mais para o jogo, com o intuito de criar e rechear o meio de campo. Porém, o que aconteceu foi que tanto o Lucas quanto o Tcheco se preocuparam, unicamente, em marcar. Assim, sem Lucas e Tcheco para criar, e sem a velocidade dos dois homens abertos nos flancos, o Grêmio teve um poder ofensivo muito baixo – se não fosse o gol, quase nulo.
Mano é um ótimo treinador, porém errou. Faltou coragem a ele. O Cucuta, apesar de ser o atual campeão colombiano, é um time mediano e inferior ao Grêmio. É nessas horas que o medo deve ser deixado de lado e a coragem deve prevalecer. Se Mano tivesse a curiosidade de provar o sabor da coragem, com certeza sairia da Colômbia com a classificação praticamente garantida. Agora, ficou perigoso. Tudo será decidido em Porto Alegre. Resta saber se, até lá, a coragem não abandonou o Mano.
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