Ligas obscuras - Uruguai

Jogadores obscuros, times pra lá de alternativos, craques que, vistos de perto tem histórias absurdas para contar...
Com o sucesso de todas estas seções, hoje chegou a vez de falar sobre campeonatos e ligas sem prestígio, patrocínio, visibilidade...mas com muito futebol.

Começando pelo Uruguay e seus 'departamentos'.

Pra começar, dedico este post ao G.I.E.F.I (site que uns uruguaios loucos pesquisam sobre os campeonatos do interior do país - muito bom, diga-se de passagem.)

A crise no futebol uruguaio não vem de agora, e se reflete também nas ligas do interior: falta patrocínio e apoio aos clubes que sobrevivem mantidos pela tradição e pela mobilização da torcida local.

São dois, os campeonatos mais conhecidos do interior do país: a 'Copa Nacional de Selecciones del Interior' e a 'Copa El País' - a primeira envolve seleções dos departamentos (equivalem a um estado brasileiro, como expliquei em outra postagem) e a segunda, os clubes. 18 departamentos do país têm clubes disputando ligas interioranas, mas o Uruguai possui mais departamentos, alguns não tem representantes.

A Copa Nacional de Selecciones del Interior está sendo disputada, e apenas uma seleção está garantida na semi-final: a de Rocha, campeã do Leste. As seleções são divididas em 4 grandes grupos: Sul, Norte, Leste e Litoral - a primeira fase é de grupos, a segunda é um mata-mata até ser definido o representante de cada região - os 4 vencedores se encontram na semi-final para definar o campeão nacional.

O último jogo da Copa, dia 23 de fevereiro, foi o empate em 1-1 entre Canelones e Rocha - placar que classificou o Rocha que havia triunfado por 4-2 no primeiro confronto. O campeão da Copa El País de 2006, foi o Libertad, que bateu o Wanderes na final e ficou com o título. A equipe de San Carlos tem dois títulos do torneio, cujos recordistas são Atenas e Estudantil, ambos com quatro estrelas. Os uruguaios se orgulham de suas ligas interioranas, já que de lá surgiram vários dos grandes jogadores do futebol nacional, como o centroavante Carlos Bueno, que começou no Artigas e hoje estufa os cordões no Sporting português.

Tradição, torcida e alternativismo, mesmo com pouquíssimo dinheiro, são as marcas do interior do Uruguai, marcado pela paixão pelo futebol.