A localidade de Rio Vermelho, no estado do Mato Grosso, recebia este nome por causa do rio homônimo que banha a região. Mais tarde, com a passagem da Comissão Rondon, que faria levantamentos para a construção de linhas de telégrafo, ocorreram medições na área e o surgimento de uma cidade tornou-se possível. Ali, em 1918, a localidade é rebatizada, com o nome de Rondonópolis, em homenagem ao Marechal Rondon. Decadente nos anos seguintes, a cidade começou seu desenvolvimento em 1947, quando o governo do estado instalou colônias agrícolas na área. Com o grande fluxo migratório vindo de outras regiões do Brasil (especialmente da região Sul), Rondonópolis acelera seu desenvolvimento, e tem uma rápida modernização na sua agricultura. Atualmente conhecida como Capital Nacional do Agronegócio, Rondonópolis tem cerca de 170 mil habitantes.
E na cidade de Rondonópolis, está um dos clubes mais tradicionais do Mato Grosso: o União Esporte Clube, conhecido como "colorado". Era o ano de 1973, e a liga de clubes amadores da cidade não chegavam a um acordo quanto aos planos de disputa do Campeonato Amador daquele ano. Foi o que bastou para que se demonstrasse um interesse na criação de um clube profissional no município. Na madrugada de 6 de junho, uma reunião entre os presidentes dos clubes amadores de Rondonópolis definiu a criação do União, que inicialmente usaria as cores azul, amarela, vermelha e branca (respectivamente do Olaria, Paraibana, Comercial e Santos, clubes amadores da cidade - mais tarde, acabou ficando apenas em vermelho e branco). Com pressa de entrar no Campeonato Mato-Grossense profissional, o União copiou integralmente o estatuto do Dom Bosco, de Cuiabá, completando assim as necessidades básicas do clube e possibilitando a inscrição no estadual. Como clube recém-fundado, não era de se esperar muito do União no primeiro ano e, de fato, o início não poderia ser pior: perdendo por 1x9 pro Mixto na estréia profissional (e do campeonato), dando o presságio da fraca campanha daquele ano.
O início nada promissor, entretanto, foi superado. Em 1975, o União já estava forte e conseguiu conquistar um dos turnos do Campeonato Mato-Grossense, ao vencer a final dramática contra o Ubiratan de Dourados (do atual Mato Grosso do Sul), com um gol aos 46 minutos do 2º tempo. Naquele ano, o clube seria vice-campeão estadual.
Também em 1975, a antiga CBD (Confederação Brasileira de Desportos), cria o Torneio Incentivo, para manter os clubes do estado em atividade. Arrasador, o União é campeão das três edições do torneio, em 1975, 1976 e 1979. Com a divisão do estado (e a conseqüente criação do Mato Grosso do Sul), o estadual do Mato Grosso fica enfraquecido, pois perde as fortes equipes de Campo Grande. Sem nada a ver com isso e seguindo em grande fase, o União volta a ser vice-campeão estadual em 1980. Seguindo forte nos anos seguintes, o União é novamente vice do estado em 1984 (com uma grande campanha, onde perdeu apenas 1 jogo em 18 disputados), ano em que também tem o artilheiro da competição: Ademir, com 10 gols. Nesta década, iniciam-se as participações nacionais do time, jogando a Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro.
Seguindo com grandes campanhas ao longo da década de 1980, o time de Rondonópolis firma-se como uma das quatro principais forças do Mato Grosso (ao lado do Mixto, Dom Bosco e Operário Varzeagrandense). No ano de 1990, joga a Série C do Brasileiro e, em 1991, outra grande campanha leva o time a um novo vice-campeonato estadual, e novamente com o artilheiro da competição (Índio, 16 gols). Também em 1991, o União disputa sua primeira Copa do Brasil, onde foi eliminado ainda na primeira fase pelo Goiás, de Túlio Maravilha.
Mantendo o nível de grandes campanhas, mais uma vez (a quinta!), o União é vice do Mato Grosso em 1995, perdendo a final pro Operário, em Várzea Grande. E o estigma do vice-campeonato continuou. Em 1997, após conquistar brilhantemente o segundo turno do estadual, o União perde mais uma final, e de novo contra o Operário. Firmando-se como equipe competitiva também fora do Mato Grosso (jogando a Série C), o clube de Rondonópolis começa a se tornar conhecido pelo país.
Ainda com boas participações no Mato-Grossense, mas com menos destaque, o União ingressa nos anos 2000 jogando a Copa do Brasil, onde é eliminado pelo Grêmio-RS, na primeira fase, ao levar 0x4, em casa. Também em 2000, o União é um dos intrusos na Copa João Havelange. De participação fraca, o time, que jogou o módulo equivalente à terceira divisão, acaba na 106ª colocação, entre 115 equipes. Em 2001, repetindo os bons resultados, o União é eliminado apenas nas semifinais do estadual, em jogos dramáticos contra o Mixto, que só foram definidos no 3º confronto. Em 2001, o União vê um rival citadino assumir o profissionalismo e entrar no estadual, ameaçando a hegemonia de Rondonópolis: o Vila Aurora, popular "tigrão".
Presença constante na Série C, em conseqüência das boas campanhas, em 2002, o "colorado" chega novamente às semifinais estaduais, e só é eliminado pelo futuro campeão, o Operário, nos pênaltis - naquele ano o rival Vila Aurora, abandonou a competição na metade. Em 2004, pela sétima vez o União é vice-campeão do Mato Grosso - e nunca chegou tão perto do título. Com uma campanha espetacular, o time empata as duas partidas da final contra o Cuiabá, fazendo mais gols fora de casa. Sem o critério de gol qualificado, o União perde o título porque os empates dariam o troféu à equipe com melhor campanha - no geral, o Cuiabá fizera 1 ponto a mais ao longo do Campeonato. Também nesse ano, inicia-se a disputa da Copa Governador do Estado, torneio do segundo semestre no Mato Grosso, onde o União sempre obtém destaque.
Em 2005, na Copa do Brasil, o União conquista um empate heróico diante do Vasco da Gama-RJ, na estréia, fazendo 2x2 numa partida que perdia por 0x2 - entretanto, no jogo de volta, acabaria sendo eliminado. Mas, apesar de um destacado resultado destacado na competição nacional e de um 3º lugar no estadual, o ano foi terrivelmente doloroso para a torcida do "colorado". O União, tantas vezes vice-campeão estadual, teve que ver o rival citadino Vila Aurora conquistar o título Mato-Grossense pela primeira vez - com apenas 5 anos de profissionalismo! Sem esmorecer, o União entrou determinado em 2006. Mostrando sua tradição, e em detrimento ao Vila Aurora, que quase foi rebaixado, novamente o time foi brilhante, acabando na 3ª posição do Estadual, e tendo o melhor aproveitamento entre todos os times da competição, superando até mesmo o campeão e o vice.
Para 2007, o time quer finalmente levantar o troféu estadual (que esteve tão perto por 7 vezes). Contratando uma dupla ofensiva conhecida pelo público e mídia (Elivélton, ex-Corinthians e ex-São Paulo, e Negreiros, ex-Flamengo), o time busca uma série de grandes resultados que possibilitem sonhar. No atual momento, o União é 3º colocado do seu grupo, tendo 6 pontos em 3 jogos. Com a melhor defesa do campeonato (1 gol sofrido) e o segundo melhor ataque (7 gols feitos), o início é promissor. Os rivais do "colorado" na primeira fase do estadual são: Juventude de Primavera do Leste, Vila Aurora, Grêmio de Jaciara, Mixto de Cuiabá e Barra do Garças.
Um comentário:
Muito boa a matéria com RESPEITO ao colorado de Rondonópolis MT e lembro que em 2 dias o União Esporte Clube vai disputar mais uma final em sua história e a despeito da matéria apresentada no globo esporte (02/05/2008), ignorando o primeiro jogo da final e seu público, seremos CAMPEÕES.
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