quinta-feira, 12 de março de 2009

Água gaúcha no Boitatá

IJUHY – Hoje à noite, um São Luiz com aparente crise de comando técnico joga em casa diante do Caxias e cá estou para acompanhar a partida. Um pouco pela imensa folga no meu calendário semanal, que deixa as sextas-feiras ociosas. Terça, quando fui comprar a passagem de vinda desde Santa Maria, comentava com o taxista, durante o trajeto à rodoviária, que sendo ele colorado deveria estar feliz pelas atuações do Grêmio no Gre-Nal e confrontos seguintes.

Estava, realmente. Mas, segundo ele, o Roth cairia depois de enfrentar o Boitatá e ser derrotado. Não cairá, e até desculpas ganhou. Porque venceu. A primeira vitória do Grêmio em solo colombiano na história da Libertadores, um 0 a 1 que poderia ser goleada contra o Boyacá Chicó, veio sem percalços. Teorias para explicar há aos montes, com a velha desvalorização do Gauchão entrando aí para justificar as terríveis últimas duas partidas do Grêmio (falo de ouvir dizer, pois não vi), e uma discussão recorrente emergindo: se Roth acertou ao mudar as convicções e entrar em campo como fez ontem ou se Roth é, afinal, um asno por não ter admitido mais cedo que o 3-6-1, inicialmente planejado para usar na quarta-feira e por fim descartado, definitivamente não prestava.

A exemplo da primeira partida da Copa, o Grêmio teve vontade, teve qualidade e teve domínio. Criou talvez mais chances (diz a Zero Hora, pelo menos) que contra o Universidad de Chile e, tirando o gol de falta de Souza aos 31 minutos, as desperdiçou com a mesma perspicácia daquela vez, reforçando a ideia de que o time poderia ter a melhor campanha de toda a Libertadores, com um saldo de gols extraordinário, se acertasse a pontaria. Exemplo disso tudo, Jonas ficou marcado pelos TRÊS GOLS FEITOS PERDIDOS no mesmo lance, os dois últimos SEM GOLEIRO, e saiu da partida injustamente mais ridicularizado que Alex Mineiro, que não fez bizarrices do tipo pelo simples fato de ter esquecido que estava em campo.

Roth fica mais um pouco, agora posará de gênio até a próxima frustração, e o taxista colorado que não deve estar mais tão feliz deposita as suas esperanças no imprevisível humor do ex-bigodudo. A possibilidade de suas alterações autistas-esquizofrênicas-bipolares-e-com-transtorno-de-personalidade-limítrofe ocorrerem em algum momento central da temporada continua presente. Momentos centrais não existirão na primeira fase da Libertadores. Boyacá e La U foram facilmente superados (se não no placar, na qualidade), e nem são os piores do grupo... ainda há o com-nível-de-várzea-ijuiense Aurora. Nos mata-matas que a coisa complicará. Mesmo que o fator Roth não surja e o treinador decida virar um cidadão normal, eliminatórias precisam do que o time mais não tem sabido fazer – gols.

As FARC não atacaram o Grêmio no caminho a Tunja, contrariando os temores desnecessários de dirigentes tricolores, mas bem poderiam participar de um treino de finalização do time lá na Colômbia. Fuzilamento no décimo chute errado. Se esse devaneio não é possível, ainda podemos manipular os fatos e usar os resultados para tentar massagear nosso ego de espectadores de Gauchão. Santa Cruz e Ypiranga, os dois times que mais encantaram no primeiro turno do estadual (apesar da falta de copeirice) tiraram o Grêmio para dançar, ao passo que os portoalegrenses deram um baile no Boyacá, campeão colombiano. Assim, nossos melhores interioranos estão em condições de jogar uma Libertadores. Rá!

Tá bom, não.

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