segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Festa em Azul e Vermelho

O Antes
Como todo bom Gre-Nal, neste não faltaram mistérios. Taison entra e Tite tira um volante? Kleber ou Marcão? No lado azul, Celso Roth esvaziou o hotel na hora da preleção. Nem os proprietários ficaram.
O Colosso da Lagoa, para muitos, foi mais que um palco de um clássico, foi uma recordação. Lembrou-nos (em meu caso, só de relatos) os tempos em que o clássico dos pampas era como na foto acima, duas torcidas, duas metades.
A entrada das equipas foi bonita. Postaram-se em fila lateral, a arbitragem no meio, para evitar uma provocação antes mesmo do apito inicial. O Hino Gaúcho foi cantado pelas torcidas em alto e bom tom.
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A Partida
Simon mal soprou o apito e a peleja já ganhava emoções. Logo aos 3 minutos, após uma infração boba, o Grêmio entregou o ouro ao Inter. D’Alessandro bateu a falta e, a 2 metros da linha da pequena área, quando Willian Magrão tentou afastar de uma possível cabeça colorada (na verdade ele era o último homem), desviou das mãos de Victor, direto pro gol. Inter 1 a 0. Até os 10 ou 15 minutos da primeira etapa as duas equipes atacavam. Álvaro quase aumentou a vantagem após cruzamento de Alex, e Fábio Santos chegaria ao empate não fosse boa defesa de Lauro em reação a bom chute de fora da área. Com o tempo, o tricolor se aproveitou do desajuste do Inter em todos os setores: a defesa não acertava a marcação, o meio campo era falho tanto ao defender, por recuar demais, como para municiar o ataque, errando muitos passes. Com isso, Nilmar nem tocava na bola. O Grêmio tinha a posse de bola, e jogava no campo do Inter. Souza era o motor do time.

Magrão, sentindo seu Inter acuado, arriscou de longe aos 16 minutos, sem perigo para Victor. Rafael Marques perdeu um gol após boa assistência de Ruy, chutando com força da entrada da área, mas por cima do gol de Lauro. Pouco depois, Souza, até então melhor tricolor em campo, perdeu uma oportunidade cara a cara com Lauro.
Souza aparecia também ao se estranhar com D’Ale. O time do Grêmio ao longo da primeira etapa cometia muitas faltas, mas Simon dispensava o cartão.
Guinãzú, que realizou uma partida discreta, quase ajudou o Grêmio. Em uma saída da bola lenta do Inter rumo à meta de Victor, ele perdeu a posse no meio de campo, e Souza tentou encontrar Alex Mineiro, mas novamente parou em Lauro. O Grêmio seguia dominando a partida, mas chutava de longe. E o colorado só via o tempo passar. E passou, final dos primeiros 45’,Inter 1 x 0.
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Na volta do descanso dos merecedores, Tite saca Alex, que pouco aparecera, para a entrada de Andrezinho. A alteração deu mais segurança à meia-cancha vermelha, equilibrando o jogo.
Novamente, pouco depois do ressoar do apito, as emoções (re)começaram. Taison arrancou em contra-ataque, dando um belo passe para D’Ale, no meio da área. Ali, o argentino já poderia ter marcado, mas prefiriu surpreender e tocar para Nilmar, que estava completamente livre na trave oposta. Entretanto, Nilmar perdeu a boa chance, ajudado por dois milagres do arqueiro tricolor.

Fábio Santos, na onda de Nilmar, chutou uma bola da pequena área, depois de um bate-rebate, que após acertar a trave esquerda de Lauro, à meia altura, saiu raspando na trave direita, para alívio colorado. Mas a alegria ganhou tom azul. Índio já havia, pouco antes, bobeado ao não afastar uma pressão dos gremistas com um bom e velho chutão. Ao repetir o ato aos 17 minutos da etapa final, foi desarmado por Ruy próximo ao gol, que deu assistência para um livre Jonas, que havia acabado de entrar, empatar. Em seguida, Tite sacou D’Ale para entrada de Kleber. O Inter passou então a jogar com duas linhas, com Andrezinho e Kleber abertos, respectivamente, pela direita e esquerda.
O Inter quase chegou ao gol em contra-ataque, não fosse por Réver segurar pela camisa Nilmar, quando este ia em direção ao gol. Réver foi poupado da expulsão, pois era o último homem e clara situação de gol.
O Grêmio tentava chegar pelo jogo aéreo, expondo sua defesa. Jonas marcou novamente, mas a arbitragem, erroneamente, anulou justificando impedimento. Mais tarde, Taison aproveitou contra-ataque e, aos 37 min, em arrancada, passou pela defesa tricolor para Nilmar completar. Inter 2 a 1, Erechim explodia em festa vermelha.
Com isso, Tite prefiriu conserver a vantagem, substituindo logo depois Nilmar por Danny Moraes. O Inter segurou o placar, e saiu se saiu bem no primeiro Gre-Nal de 2009.

O pós-Jogo
Grêmio:
Irritado com a arbitragem, Jonas teria chutado lata de lixo no vestiário
Tricolor joga melhor, mas é derrotado pelo rival
Roth afirma que resultado foi injusto e reclama de Simon
Torcida diz que Tcheco é um dos culpados
Duda Kroeff ameaça abandonar Gauchão
Roth indignado com declarações de Taison

Inter:
Em recuperação, Bolívar elogia atuação de Danilo Silva
Tite feliz com a vitória mas insatisfeito com a atuação
Nilmar compara Taison a Tevez e dedica gol ao zagueiro índio
Taison diz que Roth mandou Léo bater nele
Alex: Descontentamento com substituição no clássico

Um comentário:

Maurício Brum disse...

O Grêmio fez o que nem na várzea se vê, no lance do segundo gol. Ora, se o time inteiro está na área, cruza. E se vai bater direto, como o Souza fez, deixa gente pra marcar. O Victor ainda gritava: "olha atrás, olha atrás", e ninguém deu atenção. Mas era capaz que mesmo havendo marcação não desse certo, já que o Grêmio passou o jogo inteiro perdendo na corrida pro ataque do Inter.

No mais, declaração bem imbecil do Duda Kroeff. Se o Grêmio foi prejudicado por decisões arbitragem em duas rodadas seguidas, que reclame só da arbitragem e não avacalhe com o campeonato. Depois se acaba campeão tá lá comemorando bem feliz.

Enfim. Continuo achando correto ter aberto mão de Nilmares, D'Alessandros, Tchecos e Souzas para ver Magno Chimbinha.