Não vi muito dos outros jogos da Seleção Brasileira feminina de futebol nas Olimpíadas para criticar. Escassos lances na estréia e mais dez minutos nesta segunda-feira foram toda a minha experiência – e o Brasil jogou mais de quatrocentos e cinqüenta minutos na sua caminhada. No entanto, os comentários sobre as jornadas anteriores não davam conta de atuações muito melhores do que os minutos de hoje.O Brasil foi bem pouco criativo. Em seu marasmo, afunilava a jogada e parecia criar um vão no centro do gramado – a bola sempre pendia para lá, em irritantes jogadas pelo meio. Atrás, a defesa tinha um comportamento desastroso, meio que inspirada em Bolívar e Clemer, tentando coisas amenas onde um duro chutão deveria dar conta do recado. Assim Prinz fez o gol germânico aos nove minutos, o penúltimo a que eu assisti, roubando a bola da pobre Érika.
Ademais, a mulheres de auriverde davam sinais de estarem assustadas. Os dez primeiros minutos foram, de fato, um desastre. Não à toa a Alemanha era a algoz do nosso futebol feminino. Não à toa, com esse 0-1 feito cedo e com todas as chances que deveriam vir a seguir, construiria uma sólida vitória e tiraria as esperanças de ouro da nossa representação. Merecido. Jogava pouco, o Brasil, como diziam ter sido no resto da campanha.
Esse texto foi escrito pelas 7:30 da manhã, depois dos dez minutos vistos. Era um retrato perfeito do que ocorrera, da triste imagem passada pela equipe verde-amarela no início da partida. Só que o Brasil virou. Mais: triturou por 4-1 a Seleção da Alemanha campeã do mundo. Eu perdi a remontada. Não sei como aquele time tão desencontrado nos momentos iniciais pôde sair da mediocridade para a glória, e preciso pensar em outros exemplos futebolísticos para imaginar a reação. Interessa que a recuperação brasileira veio. Com grandeza geradora de merecimento do título olímpico.
Mas essa é uma opinião baseada em comentários alheios, tão sólida quanto uma análise de campanha feita por dez minutos.
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