domingo, 17 de agosto de 2008

Inter-SM no Brasileirão (4) - O mesmo desfecho

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva voltou atrás e ressucitou a série do futebesteirol intitulada "O Inter-SM no Brasileirão". A denúncia de que o empate entre Toledo e Marcílio Dias, argumentada a partir de declarações do jogador Rafinha, do Toledo, foi armado entre as duas equipes foi aceita pelo tribunal no segundo julgamento do caso. Para Rafinha a punição foi absurda, como o blog Impedimento descreveu muito bem.

Neste domingo, portanto, as quarto equipes voltaram aos gramados ainda pela primeira fase da competição. Em Santa Maria, o Inter-SM recebeu o Engenheiro Beltrão em uma tarde chuvosa e de público bastante reduzido. A preparação dos santamarienses para a partida inexistiu, já que o quadro contava com apenas nove jogadores no plantel inscritos na Série C. Após a reviravolta no tapetão, a direção conseguiu trazer para a Baixada nomes que já haviam se desligado do clube e atuaram sem qualquer treinamento prévio.

Superior o tempo todo, o coloradinho buscava um distante 3-0, que o classificaria diante de qualquer vitória no jogo simultâneo, disputado em Toledo, e encerrou a primeira etapa vencendo por 1-0. No segundo, com mudanças efetuadas pelo novo técnico Jair Galvão, os vermelhos foram mais ofensivos e encontraram o segundo tento logo no início, além de ter criado chances claras de ampliar. No Paraná, o Marcílio Dias já triunfava por 1-0, placar que exigiria mais um gol em Santa Maria.

Pressionando como podia e resistindo ao cansaço resultante do disputado embate, da falta de preparação e do gramado pesado, nos instantes finais uma chuva de cruzamentos rondou a área do Engenheiro Beltrão. (Aos quarenta minutos do segundo tempo o Toledo empatou a sua partida. Desta vez os jogadores foram mais discretos e provavelmente pouparam declarações polêmicas nas entrevistas.) O resultado paralelo era desconhecido ou ignorado pelos que estavam em campo, e Goico, o histórico arqueiro do time local, correu para área e quase marcou de cabeça o terceiro gol, aos quarenta e oito do segundo tempo.

Dois minutos depois, no último momento do campeonato para o Inter, o mesmo Goico, na mesma área, após um entrevero dos brabos, desviou de algum jeito para as redes. O 3-0, que chegou com o mais simbólico atleta em campo, infelizmente de nada adiantou. Uma pena. O episódio, que talvez termine esquecido nas páginas do futebol gaúcho, tornaria-se épico se houvesse sorte (ou justiça) maior no Paraná.

- Atualização: O desvio "de algum jeito", acreditem, foi de bicicleta. O tamanho da balbúrdia na grande área impediu inclusive confiáveis veículos de comunicações de descreverem decentemente o golo. Histórico.

2 comentários:

Maurício Brum disse...

Um detalhaço o Goico ter feito gol, merecia realmente outro fim. Mas acabou óbvio. A repetição dos jogos foi uma estupidez do STJD (nada surpreendente vindo deles), que preferiu punir quem ingenuamente denunciou a realidade, valorizando a mentira e protegendo os armadores que ganharam outra chance de combinar um resultado. Estava na cara que Toledo e Marcílio iam empatar de novo, hoje só tiveram a discrição e o silêncio que faltou quando das partidas originais.

Iuri Müller disse...

Foto: Diário de Santa Maria