quarta-feira, 4 de junho de 2008

Cuando hicimos historia

A Casa Blanca lotou por um sonho. Um sonho absurdo no início da Libertadores. Muito se ouviu sobre o quão improvável seria uma equipe equatoriana voltar a ser finalista do continente. Muitos disseram que os vice-campeonatos do Barcelona de Guayaquil em 1990 e 1998 eram fenômenos anormais, irrealizáveis por outro quadro daquele país. Eles erraram. Todos erraram. Somente os torcedores da LDU mantiveram sempre as aspirações. Ontem, quando as atingiram, estavam respaldados por todo o país.

La Liga va por ti, Ecuador

Entrava em campo classificada, a Liga de Quito. O um a um no Azteca quedou de bom tamanho ao time na partida de ida, mas jamais foi encarado como aproximação da vaga: o América esteve vivo, sempre. Esteve vivo quando, como desprezível lanterninha do México, fez remontada contra o Flamengo em pleno Maracanã, e depois passou por cima de outro estimado brasileiro, o Santos. Esteve vivo ontem. Inferior à LDU no fraco primeiro tempo, resistiu firme às poucas investidas que surgiam. O estádio pressionava, o time equatoriano tentava, e os norte-americanos se seguravam. Mandavam chutões, faziam faltas para sustentar o zero a zero – o placar não era bom aos visitantes, representava apenas uma margem de segurança, uma garantia de que a distância para a final se mantinha como sendo a conversão de um mísero gol. Assim, pouco. Diante dos fanáticos da LDU, uma enormidade. Era fácil resistir ao futebol, não ao ambiente.

¡Adelante! ¡Adelante! ¡Adelante Universidad!

Resistindo, sem estar morto mas ainda longe da sobrevivência, o onze norte-americano podia chegar ao intervalo planejando ofensivas maiores nos três quartos de horas finais. A contagem nula deixava tudo por ser feito. E seria feito, pois o América quis crescer na etapa final. Dominado antes, atacaria finalmente, da maneira que fosse possível. Levou uma bola na trave no primeiro bom lance do segundo tempo, tendo sua ousadia questionada. Ajeitou-se. Cabañas desperdiçaria depois um par de boas oportunidades, lembrando os locais de que, no lado trajado de amarelo, ainda havia um goleador da Libertadores. Os da casa não ficavam sem resposta. O sonho estava muy cerca para ser desfeito diante dum mero convidado para a disputa continental.

¡Adelante! Adelante!
En el tiempo, en el espacio

¡Tu nombre sonará!
¡Universidad! ¡Universidad... Central!

As estrofes do hino dos de Quito tomavam a atmosfera da Casa Blanca. A expectativa passou de abstrata a quase palpável àquela altura. Um gol podia nascer do nada, num lance isolado em meio a tantas jogadas sem maior perigo – e, sem predominância de alguém no duelo, uma rede balançada poderia mudar tudo, para o bem ou para o mal. E mudar era desinteressante aos que estavam se classificando. Era desinteressante à LDU. Não mudaria. Aos 59 minutos, Carlos Sánchez levou o segundo amarelo, deixando o América com dez. Voltou o domínio local, voltou o que era preciso para deixar o zero a zero no placar. Pela primeira vez numa história que ela própria reescreveu nessa terça-feira de estádio lleno, a LDU jogará uma final de Libertadores. Apoiada pelo Equador, entrará na decisão como o peruano Sporting Cristal de 1997 ou o seu compatriota Barceloda de Guayaquil de 1998: completamente desacreditada, seja contra Boca ou Fluminense, cotadíssima para a derrota. Também entrará, contudo, como o Once Caldas de 2004, e por isso segue com seu sonho. É impossível, claro, como era impossível a um equatoriano voltar a uma finalíssima. A Liga não esmorecerá.

Yo te daré, te daré mi hermosa
Te daré una cosa
Una cosa que empieza con C
¡Campeón!

2 comentários:

Garrincha disse...

Grande LDUQ !!! Me gustaría una final Flu-Liga.

Una pregunta, ¿la final de la Copa de Brasil entre Corinthians y Sport se juega a doble partido? Si pueden responder en mi blog por favor ;)

Gracias, un saludo!!

Garrincha disse...

@ Maurício Brum

Muito obrigado ;)
Excelente tu portuñol, mejor que el mío jaja

Saludos !!