Coffee Shop (3): os playoffs

Ao final de uma temporada das ligas profissionais holandesas até 2007/08, só tinham certeza do futuro dos seus times os torcedores do campeão, do lanterna ou dos que ficavam na zona de coisa nenhuma. Todos os outros, aqueles que em países menos confusos do continente estariam assegurados em competições internacionais ou na outra divisão (de baixo ou de cima), precisavam agüentar mais algumas jornadas de confrontos em mata-mata criados para definir essas pendências – os playoffs. Um sistema criticado, como os antigos Brasileirões, por permitir que uma equipe de campanha bastante inferior na temporada regular encerre o ano com mais prêmio do que outra com muitos pontos somados a mais.

Para evitar que, por exemplo, o quinto colocado vá à Champions League enquanto o vice-campeão termine só com vaga na Copa da UEFA, algo totalmente possível na fórmula vigente até o fim de 2007/08, os responsáveis pelo futebol holandês planejaram outra distribuição de classificações. Fanáticos que são pelos playoffs, porém, não aboliram completamente os mata-matas, cujo novo formato é escrutinado abaixo:

Distribuição das vagas européias

Campeão – nunca jogou playoffs. Ingressa automaticamente na fase de grupos da Champions League.

2º lugar – não joga mais o playoff. Classifica-se para a segunda fase preliminar (de três) da Champions.
3º lugar – não joga mais o playoff. Entrará na quarta fase preliminar (de quatro) da Europa League (nome que a Copa da UEFA terá a partir da temporada 2009/10).
4º lugar – não joga mais o playoff. Entrará na terceira fase preliminar da Europa League.
5º a 8º colocados – enfrentam-se em playoffs de acordo com a classificação. O 5º enfrenta o 8º e o 6º joga com o 7º pela primeira fase. Os vencedores desses confrontos definem entre si uma vaga na segunda fase preliminar da Europa League.

Acesso e Rebaixamento

Aqui o sistema é muito mais complexo. O 18º colocado da Eredivisie (primeira divisão) é rebaixado diretamente, enquanto o 1º da Eerste Divisie (segunda) conquista o acesso imediato. Outras dez equipes jogam playoffs nomeados Nacompetitie, dos quais os dois vencedores estarão na Eredivisie da temporada seguinte. Classificam-se à Nacompetitie o 16º e o 17º colocados da Eredivisie mais oito equipes da segunda divisão.

Os representantes da Eerste Divisie são definidos por suas classificações em diferentes períodos da temporada. Cada “período” compreende seis rodadas: o vencedor do primeiro período é o time que soma mais pontos da rodada 1 à 6, o vencedor do segundo é o melhor entre as rodadas 7 e 12, e assim por diante, até o sexto período, que compreende os resultados das rodadas 31 a 36 (a Eerste Divisie tem 20 clubes e 38 rodadas, mas as duas últimas são ignoradas nessa fórmula). Como isso tudo resulta em apenas seis períodos e as vagas são oito, as outras duas são dadas às equipes com melhor classificação no global da temporada que ainda não estejam na Nacompetitie (e, obviamente, que não seja a campeã).

Os clubes que entram na Nacompetitie via Eerste Divisie são então dispostos de acordo com sua pontuação final na liga, formando-se uma classificação de 2º a 9º lugar que permite, finalmente, organizar o torneio em três fases:

Fase 1
Jogo A: 7º Eerste Divisie – 8º Eerste Divisie
Jogo B: 6º Eerste Divisie – 9º Eerste Divisie

Fase 2
Jogo C: 3º Eerste Divisie – 4º Eerste Divisie
Jogo D: 16º Eredivisie – Vencedor do Jogo A
Jogo E: 17º Eredivisie – Vencedor do Jogo B
Jogo F: 2º Eerste Divisie – 5º Eerste Divisie

Fase 3
Jogo G: Vencedor do Jogo C – Vencedor do Jogo D
Jogo H: Vencedor do Jogo E – Vencedor do Jogo F

Os que saírem triunfantes da Fase 3 estarão na elite. Os outros deverão se contentar com um ano de segundona para tentar o título e o acesso direto ou, então, passar pela confusão dos playoffs novamente...

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Série Coffee Shop sobre as peculiaridades do futebol holandês:

• Parte 1 - A Copa
• Parte 2 - A Pilarização e os amadores