sábado, 1 de dezembro de 2007

Sobre o América, pela América

Do outro lado, um dos maiores estádios do continente, repleto de aficionados, aguardava. O mítico Azteca e o poderoso América mexicano, tantas vezes campeão local, recebiam o pequenino Arsenal, com a certeza de vencer a primeira final da Copa Sul-Americana. Ontem, contudo, o pequeno virou gigante, uma vez mais.

Mais tradicional, mais forte, mais time, o América era tido, pelos principais prognósticos, como favoritíssimo. A cada ataque seu, o Azteca rugia, aguardando o gol iminente. Não seria um Arsenal, recém saído do cenário doméstico, que conseguiria segurar os mexicanos. E o jogo começou dando razão à corrente que desacreditava os de Sarandí. Com cinco minutos de enfrentamento, a "lógica" já começava a prevalecer: Cabañas fez 1-0. Gol cedo era prenúncio de goleada.

Que não veio. Embora demonstrasse estar melhor, o quadro norte-americano foi encontrando firmeza naquele oponente que derrubara o River na fase anterior. O dominado Arsenal foi se agigantando, como fez ao longo da Copa inteira, e criou chances do empate. Este, diferentemente da goleada mexicana, veio. Aos 30 minutos, Matellán deixou o placar do intervalo em 1-1.

Na etapa final, um jogo mais franco permitiria alargar o marcador para qualquer lado. Novamente, mostrando que queria a taça e não desperdiçaria o fator local, foi o América quem deu o golpe. Ao oitavo minuto, Argüello recolocou a vantagem no marcador, com um golaço. O Azteca ainda delirava e aguardava o próximo ato do seu time quando viu a raça dos argentinos voltar a fazer efeito. O cronômetro mal havia dado sua segunda volta após o 2-1 e o empate já retornaria, por obra de "Papu" Gómez.

Ficou claro que aquela noite de sexta-feira não seria de consagração para os mexicanos. Aquele Arsenal da campanha lendária não se satisfez em chegar à final. Não se conformava com a melhor participação de sua história. Queria mais. Aos 65 minutos, outra vez com Gómez, tratou de confirmar sua virada no placar - 2-3, e a contagem atingia números finais. Nem uma expulsão, próxima ao fim do jogo, foi capaz de alterar a força dos argentinos: era uma noite para ecoar por todos os anos que virão na hoje cinqüentenária história do clube.

Ainda há o segundo jogo, em Sarandí. Mas a vitória de ontem, sobre o América, já deve ter bastado para conquistar a América.

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